Dados do Trabalho
Título
Economia Estimada de Emissão de Dióxido de Carbono no Meio Ambiente e Redução de Custos Gerados pelo Atendimento por Telemedicina para Pacientes com Doenças da Via Aérea Central
Resumo
Introdução: Os serviços de saúde contribuem enormemente para as emissões de dióxido de carbono (CO2) no meio ambiente, podendo ser responsáveis por até 5% da "carbon footprint" anual de um país. A Unidade de Desenvolvimento Sustentável (SDU) recomenda que se reveja a necessidade de consulta presencial para um paciente e promova-se o uso da telemedicina sempre que possível. As viagens foram identificadas pela SDU como um ponto crítico de emissão de carbono, causando cerca de 13% "carbon footprint".
Objetivo: Este estudo demonstra o impacto ambiental da economia de emissões de CO2 em um programa de telemedicina dedicado a pacientes do sistema público de saúde brasileiro com doenças da via aérea central.
Métodos: Estudo transversal de atendimentos por telemedicina de pacientes com doenças da via aérea central realizados em um hospital universitário público entre 1º de agosto de 2020 e 30 de dezembro de 2023. Os atendimentos ocorreram no setor de telemedicina do Instituto do Coração de São Paulo (InCor), utilizando uma plataforma institucional, e registrado em prontuário eletrônico da instituição. A análise incluiu a economia de quilómetros (ida e volta) não percorridos considerando a distancia do CEP entre a residência do paciente, registrado em prontuário eletrônico, até o Prédio dos Ambulatórios de Hospital das Clinicas de São Paulo, a redução da emissão de dióxido de carbono correspondente a economia de quilómetros e a economia de custos com transporte e alimentação dos pacientes pelos municípios de origem de acordo com o "Tratamento Fora do Domicilio".
Resultados: Foram realizadas 1.767 consultas por telemedicina em 680 pacientes com idade mediana [IQR], 33,0 [12,0-51,0] anos; 363 [53,4%] homens; 560 [82,3%] brancos. 388 pacientes (57%) possuíam dispositivo traqueal na teleconsulta (191 traqueostomia, 162 tubo T de silicone e 35 endoprótese). Foram atendidos pacientes de 170 municípios brasileiros de 22 estados. Foram economizados 2 219 544,3 quilómetros, correspondendo a uma estimativa de 453 707,18 kg de CO2 em redução de emissões (economia média de 256,76 kg CO2 por atendimento) devido à telemedicina, que equivale a 93,7 veículos de passageiros conduzidos durante 1 ano. A economia de custos em viagens e alimentação ao paciente foi de $1 526 861,65.
Conclusão: Demonstramos como a telemedicina pode levar a um impacto ambiental positivo, reduzindo a emissão de carbono e, ao mesmo tempo, reduzindo os custos relacionados a viagem e alimentação dos pacientes.
Área
Tecnologias Digitais para Educação em Saúde
Autores
PEDRO PROSPERI DESENZI CIARALO, PAULO FRANCISCO GUERREIRO CARDOSO, HELIO MINAMOTO, BENOIT JACQUES BIBAS, CARLOS ROBERTO RIBEIRO DE CARVALHO, PAULO MANUEL PEGO-FERNANDES