Dados do Trabalho
Título
TELEOFTALMOLOGIA PARA RASTREAMENTO DE RETINOPATIA DIABÉTICA NO INTERNATO EM SAÚDE COLETIVA DA UFMG NO SUL DE MINAS GERAIS: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Apresentação do Caso
A retinopatia diabética (RD) é uma importante complicação microvascular do diabetes mellitus (DM), o seu diagnóstico precoce e tratamento tempestivo previnem a perda da visão. O rastreio da RD por telemedicina é eficaz e de baixo custo, promovendo o acesso em regiões distantes dos centros de referência.
Esse texto objetiva relatar a aplicação da teleoftalmologia no atendimento à demanda reprimida para rastreio de RD no Internato em Saúde Coletiva (ISC) da Faculdade de Medicina da UFMG (FM-UFMG).
Discussão
O projeto envolveu a aluna e o professor de oftalmologia responsáveis, a oftalmologista do Centro de Telessaúde do Hospital das Clínicas da UFMG (CTS/HC-UFMG), os professores e alunos do ISC, os profissionais da Atenção Primária à Saúde (APS) e as Secretarias Municipais de Saúde (SMS) de Cabo Verde, Guaranésia, Guaxupé e Juruaia.
Houve a capacitação técnica da equipe, a criação de material educativo e a organização da lista de espera por meio de um score desenvolvido que seleciona as prioridades, considerando o tempo de doença, comorbidades e uso de insulina.
Os seis mutirões de 2023 contaram com a coleta de pré-anamnese padronizada, medidas de acuidade visual, PA, FC, SaO2, glicemia capilar, pressão intraocular com tonômetro portátil de rebote (iCare ic100) e imagens do fundo de olho com retinógrafo portátil (Phelcom Eyer). Ocorreram ações multiprofissionais para instruir os participantes sobre a importância do rastreio regular e do controle glicêmico. Os laudos foram feitos de forma remota por especialista em retina, utilizando sistema de telediagnóstico do CTS/HC-UFMG, que disponibiliza laudos parametrizados para a APS com imagens representativas da retina de cada participante.
Participaram 490 diabéticos, sendo 96% insulinodependentes e com 50% relatando aquele ter sido o primeiro exame de rastreio da RD. RD foi identificada em 39%, sendo 5% com RDNP grave ou RDP. Para 65% foi indicado controle anual ou semestral, evitando encaminhamento para avaliação especializada. 35% foram direcionados para especialista, sendo 5% para avaliação prioritária.
Comentários Finais
O projeto atendeu à demanda reprimida dos municípios. As ações de educação conscientizaram-nos a respeito da RD. A cooperação com o ISC possibilitou capilaridade e melhor relação com as SMS, promovendo a teleoftalmologia como ferramenta para otimização do acesso à atenção especializada, com potencial de expansão para outras regiões do estado. Além disso, a iniciativa trouxe conhecimento técnico teórico e prático aos alunos.
Área
Tecnologias Digitais para Assistência Remota em Saúde - Telediagnóstico
Autores
CAMILLA CHAVES OLIVEIRA, DANIEL VITOR VASCONCELOS SANTOS, GRAZIELLE FIALHO DE SOUZA