Dados do Trabalho

Título

Uso da telessaúde na qualificação da assistência em terapia intensiva

Resumo

Introdução: O uso da telemedicina, como ferramenta para viabilizar a oferta de serviços em saúde, bem como educação, treinamento e apoio clínico aos profissionais da saúde, em casos em que a distância é um fator crítico, vem crescendo e já é rotineiramente oferecida em países mais desenvolvidos. Para isso, o Tele-UTI implantou o modelo de telerounds e educação continuada em leitos de UTI adulto, objetivando a classificação da triagem e apoio a decisões bioéticas, manejo da sedo-analgesia e do suporte ventilatório.

Objetivo: apresentar os resultados do projeto TeleUTI – Brasil BP – Qualificação da assistência em terapia intensiva por telemedicina

Material e métodos: O projeto TeleUTI, executado pela BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, utilizou o modelo de teleround multiprofissional e educação continuada para viabilizar a oferta de serviços em saúde, além de prestar assessoria na elaboração e implantação de protocolos assistenciais e indicadores de qualidade. Entre maio de 2022 e dezembro de 2023 26 hospitais participaram do projeto. A ausência nos telerounds (9 aleatórios ou 5 seguidos) e nas atividades de capacitação (3 seguidas) foram definidas como critérios de exclusão das unidades participantes.

Resultados: 19 UTIs participaram ativamente do projeto, sendo que 7 foram excluídas por desistência ou por atingir os critérios de exclusão. Durante o período de maio de 2022 a dezembro de 2023 foram realizados 4.736 telerounds totalizando 27.475 visitas multiprofissionais realizadas e 7.277 pacientes distintos impactados. Foram realizadas 81 capacitações por meio de sessões de aprendizagem virtual, totalizando 2.049 participantes totais e 696 profissionais distintos capacitados. 19 indicadores de qualidade em terapia intensiva foram implantados e monitorados mensalmente.

Conclusão: A implantação e adesão aos telerounds possibilitaram o aprimoramento de práticas assistenciais e mudança de cultura organizacional. As capacitações foram essenciais para atualização e aprimoramento do conhecimento técnico-científico dos profissionais envolvidos no cuidado do paciente crítico. A rotina da análise mensal de indicadores e a visita multiprofissional se consolidaram na maioria dos hospitais participantes. Esta análise fornece apoio na implantação de melhoria contínua.