XI Congresso Brasileiro de Telemedicina e Telesaúde

Dados do Trabalho


Título

Uso de ferramentas de telessaúde no apoio à indicação de anticoagulação oral em pacientes com doenças cardiovasculares: uma revisão sistemática e meta-análise

Resumo

Introdução: A evolução da telessaúde permitiu um novo modo de acesso à saúde, incluindo o manejo de certos medicamentos. No caso de anticoagulantes orais (ACO), estima-se que 50% dos pacientes com fibrilação atrial (FA) são inadequadamente medicados. Assim, é possível que o uso de ferramentas de telessaúde amplie o tratamento adequado aos pacientes, seja pelo acesso ao especialista ou pelo suporte ao médico. Objetivos: Sintetizar as evidências disponíveis acerca do uso de estratégias de telessaúde no apoio à indicação de ACOs. Métodos: Foi conduzida revisão sistemática da literatura, iniciando com busca abrangente em cinco bases de dados (MEDLINE, Embase, Cochrane, LILACS e Google Scholar) até dezembro/2023. Foram incluídos ensaios clínicos randomizados que usaram qualquer estratégia de telessaúde para a indicação de anticoagulação em pacientes adultos não hospitalizados. Dois avaliadores independentes selecionaram os estudos, com um terceiro revisor em caso de discordância. O desfecho primário foi a proporção de pacientes que receberam anticoagulação com e sem o uso de telessaúde. Os resultados foram agrupados usando modelos de efeitos aleatórios. Resultados: A busca eletrônica identificou 20.845 registros, desses 1.326 eram duplicados, restando 19.519 artigos. Após a triagem, foram selecionados 5 artigos, publicados entre 2017 e 2023. Destes, todos foram conduzidos em países desenvolvidos (EUA, Holanda, Reino Unido e Suécia). O total de pacientes participantes foi de 33.465, com idade média 76 anos, com a média variando entre 73 e 77 anos nos diferentes estudos. Os ACOs utilizados incluíram varfarina (60%), apixabana (40%), dabigatrana (40%), rivaroxabana (40%) e edoxabana (20%). Em todos os estudos, o sistema de suporte à decisão (SSD) foi a principal ferramenta de telessaúde utilizada, auxiliando, por exemplo, na identificação de pacientes com FA com critérios para uso de ACO, cálculo de CHADS-VASc, indicação terapêutica e na emissão de alerta clínicos dos pacientes. Em suma, 3 estudos relataram certo aumento na adesão às diretrizes e melhoria da eficácia da anticoagulação nos pacientes de alto risco com FA. Contudo, 2 estudos concluíram que o uso da telemedicina não impactou significativamente na prescrição de ACO. Conclusão: A revisão sistemática apontou lacunas na literatura, como a escassez de estudos em países subdesenvolvidos. Sob outra ótica, a telessaúde emergiu de forma promissora no contexto da prescrição de ACOs.

Área

Tecnologias Digitais para Assistência Remota em Saúde - Teleatendimento

Autores

MILENA SORIANO MARCOLINO, Daniella Nunes Pereira, Luanna Batista Ferreira, Lucas Barroso, Marco Aurélio Sales Silveira, Maria Angelica Gomes Carneiro