XI Congresso Brasileiro de Telemedicina e Telesaúde

Dados do Trabalho


Título

Tele-espirometria: inovação na capacitação de técnicos para a realização dos exames

Resumo

Introdução
As doenças respiratórias crônicas não transmissíveis (DRCNT), destacando-se asma e DPOC, impactam na morbidade e mortalidade no Brasil e no mundo. A DPOC foi a 3ª causa de morte em 2021, excluindo a covid-19. O diagnóstico e manejo adequados das DRCNT poderiam melhorar a qualidade de vida, reduzir internações e mortes, bem como o gasto público.

A espirometria é essencial na avaliação diagnóstica e acompanhamento das DRCNTs. Apesar do seu baixo custo, não está disponível na maioria das cidades brasileiras. Para a qualidade exigida do exame é necessário profissionais habilitados e competentes.

Objetivo
Visando aumentar o acesso à espirometria e auxílio da Atenção Primária à Saúde (APS) na condução das DRCNTs, foi implementado em 2021 o telediagnóstico em espirometria, tendo como uma das etapas fundamentais a habilitação de técnicos para realizar espirometrias com qualidades aceitáveis.

Método
Uma das etapas principais e desafiadoras para a implementação do serviço é a capacitação de profissionais das Unidades Básicas de Saúde (UBS) para a realização do exame. A inovação do modelo adotado para treinamento dos profissionais é o grande marco dessa iniciativa. Toda a capacitação é realizada em apenas 27 horas, sendo 15 através de curso à distância (EAD) e 12 presencias.

No curso EAD são disponibilizadas aulas com conteúdos relacionados à fisiologia respiratória e a técnica do exame. Já no presencial, o foco é a prática da realização do exame com ênfase nos critérios de aceitabilidade e reprodutibilidade. Adicionalmente, a qualidade dos exames ofertados é monitorada e teleconsultorias disponibilizadas para sanar dúvidas dos profissionais locais.

Resultados
Atualmente, 151 municípios brasileiros ofertam os exames na APS com a realização de mais de 18.000 tele-espirometrias. Os resultados obtidos através das análises da qualidade de exames enviados, via sistema de telediagnóstico em espirometria, demonstram que o método de treinamento foi assertivo e eficiente. Conforme dados do monitoramento, 84% dos exames realizados foram de qualidade aceitável para emissão de laudo.

Conclusão
Todo o esforço para a estruturação e implementação do telediagnóstico em espirometria considerando o método adotado e os resultados obtidos mostraram que é possível multiplicar o conhecimento ofertando exames de qualidade.

Área

Tecnologias Digitais para Assistência Remota em Saúde - Telediagnóstico

Autores

SABRINA DE REZENDE RIBEIRO, Eliane Viana Mancuzo, Ana Paula Martins Oliveira, Mayara Santos Mendes, Antonio Luiz Pinho Ribeiro, Maria Cristina da Paixão