XI Congresso Brasileiro de Telemedicina e Telesaúde

Dados do Trabalho


Título

Do estetoscópio ao digital: a revolução dos atendimentos em Cardiologia de um ambulatório especializado no Sistema Único de Saúde (SUS) começou

Resumo

INTRODUÇÃO As doenças cardiovasculares são a maior causa de morbimortalidade global e a possibilidade de utilizar tecnologias que permitam uma atuação mais eficaz no seu diagnóstico, tratamento e monitoramento como a Telemedicina abre perspectivas relevantes. OBJETIVO Analisar a implantação de um serviço de telessaúde dentro da Cardiologia de Hospital terciário do SUS com o intuito de reduzir as filas de espera por consulta médica na especialidade e auxiliar na estruturação da regionalização da saúde. MÉTODOS Atendimentos virtuais ocorrem a partir de 2 modelos. No primeiro, o paciente desloca-se dentro da sua cidade, até a Unidade de Saúde onde há estrutura para Teleconsulta. Uma enfermeira capacitada faz o contato via plataforma virtual com o médico, que avalia o doente e a enfermeira realiza aferição de sinais vitais. Outro formato: nas cidades sem salas de Telessaúde, o contato é realizado diretamente com o paciente, do seu domicílio, por plataforma virtual. Em ambos, considera-se a Lei Geral de Proteção de Dados, com assinatura termo de consentimento livre e esclarecido. As vídeoconferencias são gravadas e dados clínicos registrados em prontuário. RESULTADOS Entre 23/01/2023 e 31/01/2024, foram agendadas 611 consultas e executados 506 atendimentos (251 homens e 255 mulheres). Absenteísmo de 17,1%. Tempo médio de espera por consultas de retorno dos pacientes atendidos de 25,4 meses. A mediana de idade dos pacientes foi de 64 anos. Metade dos atendimentos foi devido a: coronariopatia (33%) e investigação de doença cardíaca (21,5%). 229 atendimentos foram finalizados como alta definitiva (45,3%). Menos de um terço dos pacientes (26,3%) foi direcionada a retorno presencial na especialidade, enquanto 1,6% foi direcionado a ambulatórios de outras especialidades. Dentre as 442 pessoas atendidas, 226 receberam alta definitiva (51,1%), saindo da fila de atendimento, com diagnóstico e tratamento propostos para seguirem na rede de atenção primária/secundária. Recomendação de atendimento presencial ocorreu para 133 pessoas dentro do período analisado, porém 77 (57,9%) ainda não passaram em retorno presencial, 67 porque aguardam realização de exames complementares. CONCLUSÃO O serviço virtual mostrou-se eficaz para reduzir a fila de espera por consulta na especialidade, com alta definitiva de serviço de complexidade terciária, metas clínicas definidas e orientação de seguimento de rotina em sua cidade de origem, nos níveis de atenção primário e secundário.

Área

Tecnologias Digitais para Assistência Remota em Saúde - Teleatendimento

Autores

NATASHA CASTELI GRASSI, LUCIANO VACCARI GRASSI, CRISTIANE SPADACIO, ELISSANDRO FREITAS SILVA, MARCELO ARRUDA NAKAZONE, AUGUSTO CARDINALLI NETO