Dados do Trabalho

Título

As implicações da telessaúde no tratamento fisioterapêutico em UTIs do sistema público de saúde

Resumo

Introdução: O TeleUTI Brasil, projeto que faz parte do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS), teve como pilar o apoio à gestão e às boas práticas em UTIs. Por meio da expertise dos profissionais da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, telerounds eram conduzidos afim de promover a interação entre as equipes assistenciais para que metas terapêuticas a serem atingidas a cada 24 horas fossem estabelecidas. O projeto permitiu identificar falhas na sistematização do atendimento, o que empobrece o cuidado ao paciente crítico e aumenta os riscos inerentes à assistência. A performance assistencial pôde ser gerida por indicadores permitindo o direcionamento adequado para atingir os resultados desejados.

Objetivo: Analisar o atendimento fisioterapêutico das UTIs participantes do projeto TeleUTI Brasil possibilitando melhorar os desfechos clínicos em pacientes críticos.

Método: Foram realizadas oficinas em que eram discutidas as lacunas presentes na sistematização do atendimento fisioterapêutico. Era sugerido o aprimoramento da coleta, análise crítica e gestão, com intuito de identificar oportunidades de melhoria e estabelecer planos de ação personalizados. Caso fosse identificado a carência da sistematização da gestão de performance, era oferecido o suporte necessário para a implementação e traçados planos de ação de melhorias baseado na ferramenta SMART.

Resultados: Foi realizado a análise trimestral de 19 unidades. Foram observadas diferenças significativas na taxa de extubação acidental (p<0,05), taxa de insucesso de extubação (p<0,05), tempo médio para atingir a ortostase (p<0,01). Em relação ao tempo médio de ventilação mecânica invasiva teve uma queda do 1° = 7,92 para o 7° trimestre = 6,31 (dias em média). A taxa de extubação mostrou-se o indicador com maior estabilidade 1° = 0,11 para o 7° trimestre = 0,12 (média). Já a taxa de deambulação subiu do 1°= 0,18 para o 7°trimestre = 0,56 (média).

Conclusão: A telessaúde permite a disseminação de conhecimento e contribui para o aprimoramento e implementação de boas práticas. Equipes de fisioterapia que adotam o gerenciamento de dados para analisar a performance assistencial beneficiam o paciente crítico. O teleround é um meio de manter a equipe multidisciplinar alinhada em relação às metas terapêuticas tornando o tratamento fisioterapêutico individualizado possível e sustentável.