Dados do Trabalho

Título

Autoeficácia de famílias de crianças com deficiência auditiva antes e depois de programa de intervenção via televideofeedback

Resumo

Introdução: Além dos efeitos no desenvolvimento infantil, a deficiência auditiva pode acarretar em interações parentais menos bem sucedidas, fato que pode dimunuir a autoeficácia das famílias, com repercussões importantes para a qualidade de vida. Objetivo: avaliar a autoeficácia de famílias de crianças com deficiência auditiva usuárias de um serviço de reabilitação auditiva antes e após um programa de intervenção remoto via televideofeedback. Métodos: estudo quase experimental (n=12), aprovado por Comitê de Ética (5.272.705). 12 famílias participantes, divididas entre grupo experimental (GE=6) e grupo controle (GC=6). Realizadas dez sessões consecutivas de 40 minutos, por meio da ferramenta de televideofeedback, em que foram trabalhados a sintonia da interação com as famílias do grupo experimental enquanto as famílias do grupo controle permaneceram em sessões de terapia convencional. As famílias foram avaliadas por avaliadores cegos, com a versão brasileira da Escala de Envolvimento e Autoeficácia Parental - SPISE-R, que conta com as seções: A - crenças; B- conhecimento; 3 - confiança e 4 - ações. A análise estatística inferencial utilizou o teste não paramétrico de Mann-Whitney para comparar o GE e o GC nos períodos pré e pós-intervenção. Resultados: Na avaliação geral da escala SPISE-R foi identificada diferença estatisticamente significativa entre os grupos controle e experimental nos itens pertencentes à seção B (conhecimento), com pontuação superior do GE. Na análise geral das demais seções do protocolo (crenças, confiança e ações), não foram observadas diferenças estatisticamente significativas entre os grupos. Quando realizada a análise individual de cada item relativo à comunicação em todas as seções do protocolo, foi observada diferença estatisticamente significativa entre GC e GE, sendo que este último obteve maior pontuação. Conclusão: A intervenção mediada por televideofeedback aumentou a autoeficácia das famílias do grupo experimental, principalmente no conhecimento geral e na comunicação com o filho com deficiência auditiva. Esta abordagem destaca-se por ter potencial para aumentar o acesso aos serviços especializados de reabilitação auditiva, especialmente nas fases iniciais do tratamento e em países com grandes dimensões territoriais e acesso limitado aos serviços, otimizando o desenvolvimento desta população.