XI Congresso Brasileiro de Telemedicina e Telesaúde

Dados do Trabalho


Título

IMPLANTAÇÃO DO PROJETO DE TELEOFTALMOLOGIA EM MINAS GERAIS: resultados preliminares

Resumo

Introdução: O aumento da demanda por assistência oftalmológica no SUS reflete a escassez desta oferta de serviços no país, especialmente pela concentração de especialistas em centros urbanos e uma rede de atenção para o cuidado integral deficiente e pouco articulada. Projetos universitários em parceria com Ministério da Saúde permitem a realização da retinografia na atenção primária, utilizando um retinógrafo portátil operado localmente por um profissional de saúde treinado que realiza a captura das imagens, sem necessidade de dilatação e com a oferta do diagnóstico remoto dos pacientes possibilitando detectar precocemente doenças como retinopatia diabética, catarata e glaucoma. Após a análise dos dados e imagens, o oftalmologista emite o laudo via plataforma web para a unidade solicitante, junto com as recomendações de conduta. Objetivo: Descrever a realização de 872 telediagnósticos em oftalmologia em pacientes da atenção primária e a resolutividade desse serviço. Método: Estudo transversal descrevendo 872 atendimentos do projeto TeleOftalmo, realizados entre março de 2023 e fevereiro de 2024 no estado de Minas Gerais, analisando as características demográficas dos pacientes, os motivos de encaminhamento ao telediagnóstico, a caracterização dos diagnósticos realizados, bem como a resolutividade do modelo de telediagnóstico implementado. Resultados: Os pacientes eram, na maioria, do sexo feminino (68,35%), na faixa etária de 50 a 69 anos (50,12%) e encaminhados ao telediagnóstico principalmente devido à baixa acuidade visual (43,12%), por serem diabéticos (66,28%) e hipertensos (69,38%). Dos 872 pacientes que realizaram o telediagnóstico, 41,97% tiveram suas queixas oculares totalmente solucionadas, sem a necessidade de encaminhamento à consulta oftalmológica. Em 43,92% dos pacientes detectou-se condições clínicas com diagnostico alterado sendo que os principais achados foram retinopatia hipertensiva (35,51%), retinopatia diabética (25,07%) e suspeita de glaucoma (12,01%). Conclusão: Descrevemos os resultados obtidos por meio dos 872 telediagnósticos realizados pelo projeto TeleOftalmo em Minas Gerais. O estudo demonstrou que a telemedicina pode ser resolutiva para as doenças oculares menos complexas, qualificando e auxiliando na redução das filas de espera por atendimento oftalmológico. É uma estratégia viável para implementação em larga escala na APS, afim de minimizar as dificuldades no acesso ao oftalmologista.

Área

Tecnologias Digitais para Assistência Remota em Saúde - Telediagnóstico

Autores

ROSANGELA DURSO PERILLO, Mariana Abreu Caporali , Alan Cristian Marinho Ferreira, Luiz Carlos Molinari Gomes, Rosália Morais Torres, Alaneir Fátima Santos