XI Congresso Brasileiro de Telemedicina e Telesaúde

Dados do Trabalho


Título

Boas Práticas em Cardiologia – Redefinindo o Cuidado Cardiológico em Áreas Remotas

Apresentação do Caso

Um homem de 67 anos, residente no interior de São Paulo, previamente tabagista. Admitido na UPA, com quadro de dor torácica típica associada a náuseas e diaforese, com início há 3 horas da admissão. No atendimento inicial, realizado eletrocardiograma que evidenciou supradesnivelamento de segmento ST em parede inferior, associado a infradesnivelamento de segmento ST em parede anterior média.
Após a emissão do laudo eletrocardiográfico via telemedicina, a equipe de telemedicina entrou em contato com a equipe local. Durante essa interação, os cardiologistas forneceram orientações cruciais para complementar a avaliação do eletrocardiograma local, fornecendo orientações adicionais para o manejo do caso. A equipe remota instruiu a equipe local a realizar derivações adicionais, especificamente V3R, V4R, V5R e V6R para avaliação do acometimento concomitante do ventrículo direito (VD). Além disso, inicialmente, foi orientado sobre a contraindicação da prescrição de drogas vasodilatadoras com efeito analgésico, até que o diagnóstico do comprometimento do VD fosse descartado. Essa orientação resultou na identificação de supradesnivelamento do segmento ST nessas derivações, confirmando o acometimento ventricular direito, alterando significativamente o desfecho do paciente caso houvesse a prescrição de drogas analgésicas usualmente utilizadas nos protocolos para síndrome coronariana aguda. Paciente foi encaminhado para serviço externo com hemodinâmica para realização de angioplastia primária.

Discussão

Graças à intervenção oportuna da telemedicina, medicações usualmente utilizadas nos protocolos de síndrome coronariana aguda para analgesia, como vasodilatadores (dinitrato de isossorbida e a nitroglicerina) e opióides (morfina) foram contraindicados no paciente em questão. Isso aconteceu devido ao diagnóstico precoce do acometimento ventricular direito, evitando-se assim tais medicações e consequentemente reduzindo as chances do paciente evoluir com piora do quadro clínico. O paciente foi encaminhado rapidamente para um centro de referência em cardiologia para realização de angioplastia primária.

Comentários Finais

Este caso ilustra vividamente como a telemedicina pode ser uma ferramenta essencial para superar barreiras geográficas e fornecer cuidados de saúde especializados em áreas remotas. A colaboração entre equipes médicas locais e especialistas tem o potencial de salvar vidas e melhorar significativamente os desfechos clínicos dos pacientes, mesmo em regiões onde recursos médicos são escassos.

Área

Tecnologias Digitais para Assistência Remota em Saúde - Teleatendimento

Autores

SUIANY GONZAGA SANTOS, MARCELA USBERTI GUTIERRE, CARLOS PRADA, MARCELO NISHIYAMA, CAMILLA NICOLINO , RODRIGO OLYNTHO