Dados do Trabalho

Título

ESTRUTURAÇÃO DO PROJETO INCORPORAÇÃO DE TELECONSULTORIAS NO FLUXO ASSISTENCIAL DO ATENDIMENTO ESPECIALIZADO EM MINAS GERAIS: um relato de experiência

Resumo

Introdução: O processo de trabalho da Atenção Primária à Saúde (APS) é complexo, exigindo esforço diante da alta rotatividade dos profissionais e da necessidade de qualificação. A Teleconsultoria é eficaz na articulação da APS e da Atenção Especializada (AE), contribuindo no processo formativo dos profissionais, reduzindo os encaminhamentos desnecessários entre os pontos de atenção. A Teleconsultoria contribui na discussão dos protocolos e fluxos assistenciais, na decisão clínica, avaliação diagnóstica e prognóstica, prescrição médica e possibilidades terapêuticas. Objetivo: Relatar a experiência da incorporação da Teleconsultoria no fluxo assistencial na linha de cuidado selecionada pela Secretaria de Estado da Saúde (SES/MG). Método: O projeto é desenvolvido por três Núcleo de Telessaúde de Belo Horizonte. Prevê a oferta de 130.000 teleconsultorias por um ano a serem distribuídas proporcionalmente nas 14 macrorregiões. As etapas previstas são: a estruturação dos três núcleos; a seleção das macrorregiões de saúde prioritárias, das especialidades e linhas de cuidado; a capacitação dos profissionais; a realização das Teleconsultorias; e por último a transferência da tecnologia aos agentes locais. Resultados: Iniciou-se a estruturação dos três dos núcleos. Foi feita uma projeção da demanda por primeira consulta de especialidades clínicas na fila de espera para o estado de MG, para municípios de pequeno (<5 mil hab.), médio (5 a 50 mil hab.) e grande porte (>50 mil hab.), tendo como base uma amostra de 160 municípios com demandas registradas no banco de dados do SISREG/MS. As maiores filas foram respectivamente urologia, ortopedia e oftalmologia. Também foram elencadas as prioridades sanitárias da SES/MG. A partir disso, realizou-se reuniões de alinhamento entre os núcleos e a SES/MG. Optou-se por iniciar as ações nas macrorregiões de forma gradativa, priorizando a linha de cuidado materno infantil e considerando a ginecologia, obstetrícia, pediatria, endocrinologia, cardiologia, enfermagem e odontologia como especialidades prioritárias, mas respeitando a demanda e necessidade dos municípios. Conclusão: A teleconsultoria é uma ferramenta útil na integração entre a APS e a AE minimizando os efeitos da insuficiência de especialistas. É importante criar a cultura de utilização da Telessaúde de forma a fazer parte do fluxo assistencial entre APS e AE.
Os autores agradecem ao Ministério da Saúde (SEIDIGI), pelo financiamento por meio de TED.